Dor Pulmonar








O termo mais apropriado para definir esta situação é dor torácica.

É a dor que acomete o tórax, tendo sua origem no trato respiratório e que pode atingir a parte anterior (da frente) e/ou posterior (de trás) do tórax. Além disso, pode aparecer em um ou ambos lados do tórax.

Os pulmões e a pleura visceral - membrana que reveste toda a superfície dos pulmões - são destituídos de sensores dolorosos. Portanto, não causam dor.

Como se desenvolve?

A dor advem do envolvimento das estruturas adjacentes aos pulmões, como: 

a parede torácica
pleura parietal (membrana que reveste a camada mais interna da parede do tórax)
pericárdio parietal (membrana que reveste externamente o coração)
traquéia (tubo que dá passagem ao ar, situado entre as cordas vocais e os pulmões)
brônquios (tubos que espalham o ar nos pulmões)
diafragma (músculo principal envolvido na respiração)
mediastino (espaço situado entre os pulmões).


Na maioria das doenças pulmonares, a dor é provocada pela inflamação ou tração de estruturas contíguas como a pleura ou mediastino.

A dor é agravada pela respiração, tosse, movimento dos braços, tórax ou ombros.

No envolvimento de estruturas torácicas como as pleuras e a parte central do diafragma (principal músculo respiratório, que separa o tórax do abdome), a dor pode ser relatada pela pessoa como sendo na região do osso do peito com irradiação para os ombros ou pescoço.

Quando a parede torácica é comprometida, a dor é contínua, persistente sobre a área envolvida ocorrendo uma piora com a compressão do local.

Já o deslocamento de estruturas do tórax por derrame pleural (líquido anormal localizado entre o pulmão e a parede do tórax), tumores ou pneumotórax (acúmulo anormal de ar no tórax associado ao esvaziamento de ar do pulmão) causa dor mal definida e contínua na região do osso do peito e pescoço.

Características da dor conforme sua causa 

A dor que tem origem na pleura devido à lesão ou irritação desta é caracteristicamente do tipo pontada, de intensidade variável e quase sempre bem localizada. Costuma piorar com a respiração profunda, tosse ou movimentos do tórax. Dentre as situações em que a dor se origina na pleura, estão: pleurite (inflamação da pleura), pneumotórax, traumatismos (incluindo fratura de costela), pós-operatório de cirurgia do tórax, tumores da pleura ou de outros locais que se disseminam para esta, infecções, embolia pulmonar (trombose que acomete o pulmão e que pode inflamar a pleura) e doenças reumatológicas (artrite reumatóide, por exemplo).

A dor torácica súbita com falta de ar é mais freqüente na embolia pulmonar e no pneumotórax. Este pneumotórax pode ser espontâneo - quando ocorre por um defeito no desenvolvimento pulmonar - ou secundário a uma doença como a asma, enfisema pulmonar, infecções pulmonares, inalação de drogas ou após procedimentos cirúrgicos do tórax. Para o alívio imediato do paciente, nos casos que se faz necessário, deve ser feita uma drenagem do pneumotórax com o uso de drenos.

Outra situação que pode ocorrer é o desconforto torácico durante as fases tardias da gravidez. Ele pode piorar com os esforços e pode estar acompanhado de falta de ar. Acredita-se que isso ocorra devido a compressão dos pulmões pelo útero aumentado de volume.

As dores agudas no tórax associadas à febre estão comumente relacionadas com as infecções do trato respiratório e às inflamações da pleura (pleurites). Quando as infecções são causadas por vírus, o tratamento busca a melhora dos sintomas com o uso de antitérmicos para febre e analgésicos para dor. Nas infecções causadas por bactérias, o tratamento é feito com o uso de antibióticos.

Nos tumores do tórax, a dor costuma ter evolução crônica e surge, usualmente, nas fases mais tardias da doença, quando há comprometimento de alguma estrutura com sensibilidade dolorosa. Dentre os tumores do tórax, estão aqueles que se originam no mediastino como os linfomas (tumores dos gânglios linfáticos) e timomas (tumores do timo - uma glândula situada na parte da frente do tórax, próxima do osso do peito). A dor nestes casos pode ser em pontada, contínua ou sentida como opressão logo abaixo do osso do peito.

Nos casos de tumores do mediastino que ficam mais posteriores, próximos da coluna vertebral, a dor pode não ser muito intensa no dorso, mas contínua.Numa situação chamada mediastinite - uma inflamação no mediastino - o quadro é, geralmente, de dor abaixo do osso do peito associada à febre. São casos graves e faz-se necessário o uso precoce de antibióticos, além de internação em UTI

Na embolia pulmonar, os pacientes podem não ter dor significativa no tórax. A dor pode ocorrer devido à hipoxemia (diminuição do oxigênio no sangue) causada pelos êmbolos nos pulmões - que são trombos que se soltaram de veias das pernas ou do quadril, normalmente, e que chegam até os pulmões, causando este problema. O tratamento é feito com o uso de anticoagulantes.

Nas infecções brônquicas (dos tubos que espalham o ar nos pulmões) e traqueobrônquicas (que também acometem a traquéia) que, geralmente, tem origem viral, a dor torácica é difusa, tanto anterior quanto posterior e piora com a tosse.

Já nas pneumonias, a dor no tórax é localizada, unilateral e piora com a respiração e a tosse. O tratamento das pneumonias causadas por bactérias é feito com antibióticos e nas infecções virais são utilizados medicamentos que amenizam os sintomas. São infecções em que o próprio organismo é que faz o combate.

Uma das dores mais freqüentes no tórax anterior é a angina pectoris (angina de peito), também chamada de "dor no peito" ou simplesmente de angina. Ela ocorre em indivíduos com doença coronariana. Quando não cede, devemos sempre pensar em infarto agudo do miocárdio.

Uma doença chamada pericardite – que inflama a "capa" que envolve o coração – também pode causar dor torácica (na frente), febre e até dificuldade respiratória. Sua causa deve ser investigada e tratada.

Como se trata?

Todas as doenças citadas aqui, que podem causar dor torácica, têm tratamento.

Este tratamento deve ser individualizado, de acordo com a doença causadora da dor e seu estágio, a intensidade da dor e as particularidades do indivíduo.

Os remédios para a dor (analgésicos), na maioria das vezes, são utilizados por via oral ou por injeções intramusculares ou endovenosas (nas veias).

Como se previne?

A prevenção da dor torácica poderá existir ou não, dependendo da doença subjacente.


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