Tipos de aspiraçãotraqueobrônquica








A aspiração traqueobrônquica pode ser realizada através da boca (orotraqueal), nariz (nasotraqueal) ou traqueostomia (endotraqual).

Tanto a orotraqueal quanto a nasotraqueal causam desconforto para o paciente e só devem ser realizadas quanto absolutamente necessário, ou seja, quando o paciente esta impossibilitado de tossir de forma produtiva, incapaz de eliminar as secreções que obstruem suas vias aéreas, podendo sofrer um colapso pulmonar, com redução da complacências e riscos de infecção.

Estes dois tipos de aspiração (nasotraqueal e orotraqueal) são potencialmente mais perigosos do que a aspiração endotraqueal (através de um tubo traqueal), pois, se ocorrer um espasmo, os pulmões não podem ser rapidamente reexpandidos na tentativa de introduzir o cateter pela laringe. Em casos como este, pode ocorrer hipoxemia e até a morte. No entanto a aspiração traqueal pode ser particularmente importante quando a doença respiratória está associada a uma grande quantidade de secreção purulenta.

A técnica de aspiração orotraqueal ou nasotraqueal requer algumas condições e cuidados, como colocar o paciente em flexão de pescoço e hiperextensão de cabeça com a boca aberta e a língua para fora quando se trata da orotraqueal; sempre que necessário, o paciente devera estar com os braços fixados no leito. O fisioterapeuta devera usar luvas estéreis e tomar todo o cuidado para não contaminar a sonda ou cateter que será introduzido nas vias aéreas do paciente o mais rápido possível.

É comum haver um fechamento glótico impedindo que a sonda continue a ganhar trajeto na laringe e na traquéia; quando isso ocorre, aconselha-se aguardar o momento de uma inpiraçao (quando o paciente ira relaxar ou abrir a glote) para introduzi-la por completo. Deve-se aspirar o máximo possível de secreção e evitar ferimentos nas vias aéreas.

No tipo endotraqueal, para executar de forma correta a aspiração, deve-se abrir a ponta do papel da sonda estéril, adapta- la à conexão do vácuo e em seguida vestir a luva estéril, segurando- a com uma das mãos e com a outra desconectando o respirador, se for o caso. Em seguida, introduz-se o cateter na traquéia do paciente através do tubo endotraqueal ou traqueostomia. O cateter estará ligado a um sistema aspirador e, então, a aspiração é realizada quando a ponta do cateter estivar no interior da traquéia. O tempo de introdução da sonda deve ser o mais rápido possível. E a retirada deve ser cuidadosa permitindo a limpeza das secreções com o mínimo de dano à parede traqueal.

Este procedimento deve ser feito com uma duração não superior a 15 segundos, pois o fator tempo é um determinante muito importante na aspiração, podendo acarretar sérios problemas ao paciente, já que, juntamente com as secreções aspira-se ar. Neste momento, o conteúdo aéreo nos pulmões fica reduzido.

Pequenas quantidades de soro fisiológico (10-20 ml) podem ser instiladas intrabronquicamente para fluidificar e mobilizar as secreções estimulando a tosse e facilitando a remoção das secreções espessas. Quando há risco de formação de atelectasias, devido à rolha de secreção, associa-se a utilização do ambu, sempre seguindo os cuidados de assepsia indicados.

Existem falhas na manipulação e na escolha dos materiais utilizados. De preferência, devem ser sondas traqueais maleáveis, descartáveis, com três orifícios na extremidade distal, dispostos lateralmente e na ponta, para que não haja colabamento da traquéia, nem aspiração da mucosa traqueal, que poderia provocar ulcerações e sangramento. A introdução e retirada da sonda consiste em uma forma errônea da utilização dessa técnica, pois isso so favorece a erosão endotraqueal e acaba por não remover quantidades superiores de secreção. O suporte de oxigênio deve ser indicado de acordo com o quadro clínico do paciente.


Técnica

- Pocisione o paciente adequadamente

- Explique ao paciente o que você vai fazer

- Fixe o regulador da aspiração em 100 a 120 mmhg

- Usando técnica estéril, abra o pacote contendo o cateter de aspiração e coloque a luva.

- Com a mão enluvada, fixe o cateter ao tubo de aspiração

- Hiperoxigene o paciente (FiO2 = 100%)

- Passe o cateter de aspiração pela via aérea, sem vácuo, até que o reflexo da tosse seja provocado ou encontrar uma resistência.

- O cateter não deve permanecer na via aérea por mais de 15 segundos; o cateter é retirado gradualmente.

- Hiperoxigene (por uma bolsa auto-inflável ou mesmo pelo ventilador) o paciente antes de reintroduzir o cateter de aspiração na via aérea.

- A instalação na via aérea de 3 a 5 ml de água estéril pode ser útil para soltar secreções espessas.

- Fixe o oxigênio no valor pré-aspiração

- Enrole o cateter de aspiração ao redor dos dedos com a luva e então, remova a luva sobre ele.

- A aspiração pode ser fechada.

- Lave as mãos.

- Realizar higiene nasal e oral freqüente após a aspiração.



Resultados da aspiração

- A ausculta pulmonar após a aspiração deve apresentar diminuição dos ruídos adventícios.

- A radiografia de tórax deve mostrar evolução positiva progressiva do quadro.

- O resultado da gasometria arterial deve indicar melhora na relação ventilação/perfusão do paciente.

- O aspecto da secreção (espessa, fluída, espumosa) aspirada indica o nível de hidratação e umidificação.

- A cor (clara, amarela, purulenta) e o resultado da amostra encaminhada para cultura indicam ausência ou melhora da infecção.

- A quantidade da secreção aspirada serve de parâmetro para prescrever a freqüência das próximas aspirações.

- A aspiração pode ser seguida de uma drenagem postural e técnicas manuais e o treinamento respiratório.
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