Manobras fisioterapêuticas para Pneumonia








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A pneumonia é uma dos acometimentos mais tratados pelo Fisioterapeuta Pneumofuncional. Ela é tão "comum" que ao longo do tempo houve uma simplificação na conceituação clínica  passando o termo a traduzir a inflamação aguda, de qualquer natureza, localizada no parênquima pulmonar.

Porém, ela refere-se à infecção do trato respiratório inferior que primariamente envolve o pulmão, que pode ser causada por bactérias, micobactérias, vírus, fungos, etc. Seu estudo pelo fisioterapeuta é essencial pela frequência que ocorre, morbidade e letalidade que causa, e pelos altos custos envolvidos
no diagnóstico e tratamento

As características clínicas das pneumonias dependem do agente etiológico, das condições prévias do paciente e da sua resposta à agressão. O paciente refere mal estar, apresenta febre, sintomas de VAS sugestivos de infecção viral, dor torácica, tosse seca no inicio, tosse produtiva com secreção de coloração amarela ou esverdeada, podendo apresentar raios de sangue, expansibilidade torácica diminuída com respiração curta e dolorosa, dispnéia, e cianose perioral.

A penumologia é tratada pela fisioterapia respiratória, que  é uma área bastante ampla da prática profissional que lida com a avaliação e tratamento de pacientes de todas as idades com distúrbios pulmonares agudos ou crônicos.  Possui como instrumentos os equipamentos e os recursos manuais. Estes são
formados por técnicas manuais específicas de terapia respiratória, manobras
cinesioterapêuticas, sendo uma das metas a prevenção de obstrução e acúmulo de secreções nas vias aéreas, com o objetivo de evitar o surgimento de complicações respiratórias, aumentar o condicionamento físico e respiratório do paciente, e estão indicadas nos casos de pneumopatias.

As técnicas manuais são altamente recomendadas com lactentes e crianças pequenas. Independente do tamanho do paciente, a adaptação da mão do terapeuta pode acomodar qualquer tamanho de tórax. Recomenda-se a posição em tenda dos dedos para lactentes pequenos e uma mão pode acomodar o tórax de uma criança pequena.

O uso da fisioterapia respiratória nos diversos problemas respiratórios que cursam com hipersecreção brônquica e/ou retenção de secreção visa, principalmente, a melhorar o clearance mucociliar, aumentar a quantidade de secreção expectorada, prevenir infecção no trato respiratório e melhorar a função pulmonar.

A fisioterapia respiratória convencional (FRC) consiste de drenagem postural, percussão manual torácica, vibração e aspiração das secreções. Vamos saber um pouco mais sobre essas técnicas.

Drenagem Postural

A drenagem postural é empregada a fim de melhorar o transporte de muco através da traquéia para mais fácil expectoração. Na prática diária, tem-se utilizado posições modificadas de drenagem postural, incluindo decúbito lateral e Trendelenburg de aproximadamente 15 graus.

É uma técnica geralmente utilizada para potencializar a ação de outras manobras da fisioterapia respiratória. Quase 100% dos estudos relacionados à drenagem postural associam outras técnicas a ela, logo, torna-se difícil avaliar até que ponto a remoção das secreções foi beneficiada pela execução das posturas. Apesar disto, grande parte destes estudos relatam sucesso na terapia de higiene brônquica, utilizando a drenagem postural em conjunto com
outras manobras.

A técnica consta em posicionar o paciente em decúbitos que favoreçam o deslocamento das secreções brônquicas, por meio do auxílio da força da gravidade associada à anatomia das vias aéreas. Durante a aplicação da técnica, segundo alguns autores, o paciente deverá ficar na posição de drenagem por, no mínimo, 3 a 15 minutos.

Manobra de Percussão (Tapotagem)

A percussão é uma técnica eficaz para a higiene brônquica quando feita corretamente e tem como objetivo descolar as secreções que estão aderidas aos pulmões. A percussão é feita com as mãos em forma de concha (dedos e polegares em adução), realizando movimentos de flexo-extensão de punhos sobre a área pulmonar que vão ser drenadas, através de percussões
rítmicas, alternadas, com a mesma intensidade e freqüência elevada. Dentre as contra indicações da técnica têm-se: ruídos sibilantes à ausculta pulmonar, crise asmática, fraturas de costelas e hipersensibilidade do paciente à dor.

Esta manobra produz ondas de energia, transmitida através da caixa torácica para a árvore traqueobrônquica, deslocando secreções das paredes brônquicas até as áreas centrais de onde serão expelidas ou aspiradas. Ao realizá-la, o terapeuta posiciona-se de forma confortável, impondo mobilidade articular adequada com flexo/extensão de punho, poupando movimentos nas articulações de ombro e cotovelo.

Manobra de Vibrocompressão

A vibrocompressão é realizada através de movimentos vibratórios associados a uma pressão mais intensa na expiração, através de movimentos rítmicos, rápidos e com uma intensidade capaz de transmitir a vibração aos brônquios pulmonares. Os movimentos são feitos com as mãos espalmadas, acopladas no tórax do paciente e no sentido crânio-caudal, tem como objetivo deslocar as secreções pulmonares, previamente soltas com ajuda da manobra de percussão, conduzindo-as para os brônquios de maior calibre, traquéia e, finalmente, para fora do sistema respiratório.

Essa técnica pode ser unilateral ou bilateral, os movimentos vibratórios com as mãos são conseguidos a partir de contrações isométricas dos membros superiores (MMSS) do fisioterapeuta na parede torácica do paciente durante a expiração com uma leve pressão, é o que torna a eliminação das secreções mais rápida e eficiente.

Manobra de Compressão-descompressão

A manobra de compressão-descompressão torácica súbita, que é usada para reexpansão pulmonar, é feita com a colocação das mãos do fisioterapeuta na base inferior das últimas costelas. Enquanto o paciente expira o fisioterapeuta faz uma compressão torácica para dentro e para baixo, e posteriormente uma descompressão súbita quando o paciente inicia a inspiração. Isto gera uma elevação no fluxo da expiração e uma variação súbita de fluxo durante a inspiração, o que favorece tanto a reexpansão pulmonar quanto a desobstrução das vias aéreas e a expectoração.

Essa manobra permite a expansão máxima possível do gradil costal, aumentando os diâmetros antero-posterior e latero-lateral do tórax, proporcionando aumento da expansibilidade do tórax e dos pulmões e conseqüente melhora da ventilação. A compressãodescompressão visa, além do trabalho de expansibilidade torácica, à maior flexibilidade das
articulações costovertebrais, maior mobilidade nas cartilagens condroesternais.

Retirado daqui

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