Estudo de Revisão Sobre a Intervenção Fisioterapêutica na Bronquiolite Viral Aguda
INTRODUÇÃO
A Bronquiolite Viral Aguda (BVA), é uma doença inflamatória do trato respiratório inferior, onde a infecção nos dois primeiros anos de vida é a causa mais comum apresentando pico de incidência por volta dos seis meses de idade. 1 Tem etiologia viral, que provoca obstrução das vias aéreas de pequeno calibre podendo ter manifestações que variam de quadros leves até muito graves, colocando crianças acometidas em risco de vida.2
O principal agente etiológico é o vírus sincicial respiratório (VSR), todavia outros vírus como adenovírus, influenza e parainfluenza, podem também acarretar a bronquiolite.3 A bronquiolite aguda pode ser identificada por algumas manifestações clínicas, tais elas como, coriza, febre, tosse e sibilância e pode ser observada no exame de radiografia de tórax que irá revelar nas imagens uma hiperinsuflação, infiltrados grosseiros e preenchimento peribrônquico.4
Segundo Remondini R. (2014); O tratamento da bronquiolite aguda é bastante controverso e inclui medicamentos, como broncodilatadores, adrenalina, mucolíticos e corticoide inalatório, além de hidratação, oxigenação e fisioterapia respiratória.5
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho, tem como principal interesse fazer uma revisão bibliográfica sobre bronquiolite viral aguda, relacionando sua história, manifestações clínicas e tratamento medicamentoso e fisioterapêutico.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para esse estudo, foram selecionados, a partir de uma pesquisa no banco de dados da scielo, pubmed e livros, nacionais e internacionais, os artigos mais significativos acerca do tema entre os anos de 1998 a 2017.
DISCUSSÃO
Bronquiolite viral aguda (BVA) é a doença viral mais comum das vias aéreas inferiores em lactentes, tendo diagnóstico acima de tudo clínico caracterizada por inflamação, edema e necrose de células epiteliais de pequenas vias aéreas, com aumento de produção de muco e broncoespasmo.6 Nos primeiros anos de vida, é uma das causas mais frequentes de infecção, hospitalizando cerca de dois em cada cem lactentes e atingindo cerca de 15% das crianças de até dois anos de idade.7
Segundo Carvalho, 2007 em geral, a bronquiolite aguda é uma doença autolimitada, com uma taxa de mortalidade baixa (<1%), embora possa ser mais elevada em grupos de crianças de alto risco como prematuros, com displasia broncopulmonar, cardiopatia congênita, desnutridos, entre outros, em que está associada a doença prolongada e onde há maior risco de óbito.8
Na bronquiolite aguda, há um desarranjo entre ventilação e perfusão nas áreas de hiperinsuflação e atelectasia, que é a principal característica da doença, o que acaba agravando a hipoxemia e causando hipercapnia devido a infecção do epitélio bronquiolar que promove o aumento da produção do muco, a obstrução parcial da luz bronquiolar (que leva à hiperinsuflação) e a obstrução total que produz atelectasias, provocando a hipoxemia, como resultado do aumento da resistência ao fluxo aéreo e das alterações nas trocas gasosas.9
Para prevenir e tratar complicações pulmonares, a fisioterapia respiratória é fundamental e tem como objetivo melhorar o desconforto respiratório.10 Segundo Castro, 2011 a fisioterapia tem sido realizada na bronquiolite aguda com o objetivo de desobstrução brônquica, desinsuflação pulmonar e recrutamento alveolar, e é utilizada em atendimento manobras técnicas como aumento do fluxo expiratório (AFE), posicionamento, aspiração as vias aéreas e vibração manual e tapotagem.4
TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS
• Aumento do fluxo expiratório (AFE)
Segundo Sá, 2012, o AFE é uma das técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas em pediatria, tendo como objetivo mobilizar, deslocar e eliminar as secreções traqueobronquicas. O Aumento Do Fluxo Expiratório (AFE) é definido como aumento do volume expirado, e é uma técnica de desobstrução brônquica que pode ser aplicada quando existe doença respiratória com obstrução das vias aéreas desde o nascimento, inclusive no RN prematuro.11
• Posicionamento ou drenagem postural
A drenagem postural é definida através de posicionamentos específicos favorecendo a drenagem de secreções a partir da gravidade. O terapeuta posiciona o neonato ou a criança com o objetivo de drenar áreas do pulmão nas quais são detectadas secreções.12 São aplicadas as posturas de Decúbito elevado onde a drenagem é feita nos lobos superiores, Decúbitos laterais sem elevação que é a drenagem isolada de cada pulmão e a Decúbito Ventral que engloba drenagem na região dorsal do pulmão. A utilização de posicionamentos específicos, que favorecem a drenagem das secreções brônquicas a partir da ação gravitacional, define a drenagem postural.13
• Aspiração das vias aéreas
É uma medida usada para a desobstrução traqueobrônquica das crianças, onde há uma resistência respiratória localizada nas vias aéreas superiores e, nos lactentes, que respiram predominantemente pela via nasal, a depuração destas secreções pode ter um impacto positivo no trabalho ventilatório e aliviar os sintomas.1
• Vibração manual e tapotagem
Silva, relata que a vibração manual e a tapotagem é uma técnica fisioterapêutica que utiliza-se as mãos ou dispositivos elétricos para aplicação da energia mecânica sobre a parede torácica como complemento da higiene brônquica.14
CONCLUSÃO
O presente estudo visou fazer uma revisão bibliográfica a fim de relatar a influência das técnicas fisioterapêuticas na bronquiolite viral aguda . Após esta revisão, pode-se concluir que apesar das técnicas da fisioterapia oferecerem benefícios para os pacientes com bronquiolite viral aguda ainda não existem evidências concretas para a efetividade da fisioterapia afim de alterar o curso da doença.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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