Manobras de Higiene Brônquica em Pacientes Críticos: Quando Indicar, Como Aplicar e Riscos Envolvidos
A higiene brônquica é um dos pilares da fisioterapia respiratória no ambiente hospitalar, especialmente em pacientes críticos que se encontram com comprometimento da depuração mucociliar. Saber quando indicar, como aplicar corretamente e quais são os riscos envolvidos nessas técnicas pode representar a diferença entre a estabilização e o agravamento do quadro clínico.
Neste artigo, quero compartilhar, com base na minha experiência clínica, como conduzir essas manobras com segurança e eficácia, sem cair no automatismo que tantas vezes vemos nas rotinas hospitalares.
Quando indicar as manobras de higiene brônquica?
A indicação não deve ser feita de forma automática. Nem todo paciente intubado ou em ventilação mecânica precisa de manobras de higiene brônquica diariamente. Os principais sinais clínicos e dados que justificam a intervenção incluem:
- Presença de secreção espessa e difícil de mobilizar
- Ausculta com roncos ou estertores grossos
- Quedas na saturação de oxigênio inexplicadas
- Radiografias com áreas de atelectasia por secreção
- Quadros de bronquite crônica, bronquiectasias ou fibrose cística
- Volume corrente e pressões de pico alteradas na VM por obstrução
- Dificuldade no desmame por acúmulo de secreção
Como aplicar as manobras corretamente?
A técnica deve ser individualizada, respeitando as condições clínicas, o grau de sedação e os recursos disponíveis. Abaixo, destaco as principais manobras e seus pontos-chave:
1. Compressão Torácica Manual (CTM)
- Sincronizada com a expiração.
- Evite força excessiva: o objetivo é aumentar o fluxo expiratório, não causar barotrauma.
- Contraindicada em pacientes com fraturas costais instáveis ou hipertensão intracraniana não controlada.
2. Drenagem Postural
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Ainda muito válida, principalmente em pacientes com bronquiectasias.
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Atenção à posição e contraindicações (hipertensão, refluxo, instabilidade hemodinâmica).
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Sempre monitorar sinais vitais e saturação durante a postura.
3. Aspiração traqueal
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Técnica limpa, mas não estéril.
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Realizar apenas quando realmente necessário: aspiração frequente pode causar lesão de mucosa e aumentar risco de infecção.
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Pré-oxigenação é essencial em pacientes hipoxêmicos.
4. Inspiração Manual com Recoil
- Útil para aumentar fluxo expiratório em VM com circuito fechado.
- Associar com compressão torácica e aspiração, se necessário.
- Requer treinamento técnico preciso.
5. Percussões e Vibrações
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Complementares e com boa resposta em pacientes sedados.
Aplicar com cuidado para não causar lesão em pele ou hematomas, especialmente em pacientes anticoagulados.
Riscos envolvidos e cuidados fundamentais
Nenhuma técnica está isenta de risco. O fisioterapeuta precisa avaliar antes de aplicar e, acima de tudo, monitorar constantemente durante a intervenção:
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Hipoxemia transitória durante ou após a aspiração.
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Instabilidade hemodinâmica com manobras agressivas.
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Broncoespasmo induzido em pacientes com hiperresponsividade.
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Lesão traqueal por aspirações repetidas e sem lubrificação.
Aumento de pressão intracraniana em pacientes neurológicos com contraindicação à drenagem postural.
Dica do Especialista
A melhor manobra é aquela que respeita o paciente. Cada paciente crítico exige uma escuta clínica atenta, um olhar analítico e uma técnica que se adapte ao momento do quadro respiratório.
É comum, principalmente em ambientes de UTI sobrecarregados, cair na rotina e aplicar técnicas em todos os pacientes com o mesmo protocolo. Evite isso. Avalie a real necessidade da higiene brônquica e, quando for o caso, execute com precisão e cuidado.
Vamos Concluir?
As manobras de higiene brônquica são parte vital da atuação fisioterapêutica hospitalar, mas seu uso exige critério, técnica e muita responsabilidade. Saber como, quando e por que aplicá-las é essencial para garantir segurança ao paciente e eficiência clínica.
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