Fisioterapia Respiratória em Casos de Sepse

 


A sepse é uma resposta inflamatória sistêmica grave a uma infecção que pode evoluir rapidamente para disfunção de múltiplos órgãos e morte. No ambiente hospitalar, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a presença de sepse altera completamente o plano de cuidados fisioterapêuticos, exigindo uma abordagem criteriosa e adaptada à instabilidade clínica do paciente.

Entendendo o Impacto da Sepse no Sistema Respiratório

Durante o quadro séptico, o organismo entra em um estado inflamatório generalizado que afeta diretamente a perfusão tecidual e a função orgânica. O sistema respiratório é frequentemente um dos primeiros comprometidos, levando à insuficiência respiratória e ao desenvolvimento da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA).

Além disso, esses pacientes têm maior risco de acúmulo de secreções, fraqueza muscular respiratória, hipoventilação alveolar e necessidade de suporte ventilatório invasivo.

Papel do Fisioterapeuta na Sepse

O fisioterapeuta é peça-chave na manutenção da função pulmonar e na prevenção de complicações respiratórias. No entanto, a atuação exige monitoramento constante dos sinais vitais, adaptação da conduta ao estado hemodinâmico e atenção especial à resposta do paciente aos estímulos aplicados.

1. Avaliação Respiratória Diária

A avaliação deve incluir:

  • Ausculta pulmonar frequente;

  • Monitoramento da oxigenação e troca gasosa;

  • Presença e características das secreções;

  • Nível de consciência;

  • Força muscular respiratória (quando possível).

2. Cautela com Técnicas de Higiene Brônquica

As técnicas de higiene brônquica são indicadas quando há presença de secreção e capacidade reduzida de tosse. Em pacientes com sepse, é importante:

  • Evitar hipoxemia durante a aplicação;

  • Fazer pré-oxigenação quando necessário;

  • Controlar o tempo e a pressão das manobras;

  • Avaliar risco de dessaturação, bradicardia e hipotensão.

3. Reexpansão Pulmonar com Critério

O uso de manobras de reexpansão, como Inspiração Sustentada com Pressão Positiva (ISPP) ou pressões expiratórias positivas, deve ser muito bem avaliado. Em pacientes sépticos, há risco aumentado de barotrauma e instabilidade hemodinâmica. O ideal é:

  • Usar volumes e pressões baixos/moderados;

  • Evitar métodos passivos em pacientes com sinais de baixo débito.

4. Mobilização Precoce com Segurança

Se o paciente estiver hemodinamicamente estável, a mobilização precoce deve ser iniciada o quanto antes. Os benefícios incluem:

  • Melhora da função respiratória global;

  • Redução de atelectasias e pneumonia associada à ventilação;

  • Preservação da massa muscular.

No entanto, deve-se interromper qualquer tentativa de mobilização caso haja queda de pressão arterial, taquicardia importante, hipoxemia ou alteração do nível de consciência.

5. Foco na Ventilação Protetora

Em casos de SDRA associada à sepse, o fisioterapeuta deve atuar em conjunto com a equipe multiprofissional na manutenção da ventilação mecânica protetora, com:

  • Volume corrente de 4 a 6 mL/kg de peso ideal;

  • Pressão de platô abaixo de 30 cmH₂O;

  • PEEP ajustada para manter a oxigenação sem causar hiperinsuflação.

Precauções Específicas na Sepse

  • Evitar hiperventilação: pode agravar a acidose metabólica.

  • Evitar fadiga muscular: sessões curtas, com intervalos adequados.

  • Monitoramento contínuo: uso de monitor multiparamétrico obrigatório durante as sessões.

  • Controle de glicemia e eletrólitos: alterações comuns na sepse e que afetam o desempenho respiratório.

Vamos Concluir?

A fisioterapia respiratória em pacientes sépticos é uma prática de alto impacto clínico, mas que exige uma abordagem cautelosa, baseada em evidências e adaptada à condição crítica do paciente. A intervenção bem planejada pode reduzir a incidência de complicações pulmonares, melhorar a troca gasosa e, principalmente, contribuir para a recuperação funcional global.

A palavra-chave aqui é: individualização. Cada paciente com sepse tem uma trajetória única, e cabe ao fisioterapeuta aplicar seus conhecimentos clínicos com segurança, empatia e responsabilidade.

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