Ciclos ventilatórios: fases, critérios e classificação



O ciclo respiratório na ventilação mecânica?pode ser dividido em quatro fases:

• Fase 1 • o início da inspiração, denominado "disparo" do ventilador; • o disparo pode ser feito pelo próprio ventilador, a partir da freqüência respiratória ajustada, ou pelo paciente, quando se ajusta uma sensibilidade no ventilador e ela é deflagrada pelo esforço do paciente.

• Fase 2 • a inspiração; • é a fase de fornecimento de fluxo inspiratório pelo ventilador; • ao final do fornecimento do fluxo inspiratório, mas antes do início da expiração, algumas modalidades permitem o ajuste de pausa inspiratória, durante a qual o ar permanece aprisionado dentro do sistema respiratório (pulmões, vias aéreas, cânula traqueal e circuitos).

• Fase 3 • transição da inspiração para a expiração, denominada "ciclagem" do ventilador; • diferentes comandos podem determinar a ciclagem do ventilador, caracterizando diferentes modalidades. Os principais comandos de ciclagem são: volume corrente, pressão inspiratória, tempo inspiratório e fluxo inspiratório.

• Fase 4 • a expiração, caracterizada pela abertura da válvula de exalação, permitindo a saída de ar passivamente. Os diferentes tipos de interação entre o paciente e o ventilador nas fases do ciclo respiratório é que caracterizam os diferentes modos ventilatórios.

Critérios para se classificar um ciclo ventilatório? Os ciclos ventilatórios podem ser classificados a partir de dois critérios:

• o tipo de ciclo respiratório ofertado pelo ventilador;

• o tipo de controle do ventilador sobre os ciclos.

Classificação dos ciclos ventilatórios

São três os diferentes tipos de ciclos ofertados pelo respirador:

Controlado Ciclo - em que a inspiração é iniciada, controlada e finalizada pelo ventilador. Assim, para um ciclo ser controlado, o momento do disparo e a oferta do fluxo de ar na inspiração são determinados por ajustes no ventilador.

Assistido Ciclo - em que a inspiração é iniciada, isto é, disparada pelo paciente. A partir do disparo, o ventilador então prossegue com a inspiração e mantém o controle da fase inspiratória até seu final. Por exemplo, o ventilador mantém o fluxo e o volume corrente programados na ventilação ciclada a volume. A diferença essencial do ciclo assistido em relação ao controlado está no disparo. Para tanto é necessário que haja esforço muscular respiratório capaz de despressurizar a via aérea e um mecanismo do ventilador pronto a reconhecer este esforço. O ajuste do ventilador que detecta a "queda" de pressão na via aérea correspondente ao esforço do paciente é a sensibilidade.

Espontâneo Ciclo - em que o paciente respira normalmente acoplado ao circuito do ventilador, com o controle de toda fase inspiratória e não só do disparo. No ciclo espontâneo o paciente determina o disparo, o fluxo, o volume e a duração do tempo inspiratório. Na maior parte das vezes o ventilador mantém apenas uma pressão de via aérea positiva na inspiração e na expiração.
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