Fisioterapia na UTI: Como Avaliar a Força Muscular Respiratória em Pacientes Intubados?

 


Na rotina de uma UTI, onde o fisioterapeuta atua diariamente com pacientes intubados, uma avaliação precisa da força muscular respiratória pode fazer toda a diferença no prognóstico funcional do paciente. Isso vai muito além de observar o padrão respiratório ou acompanhar parâmetros ventilatórios. Estamos falando de entender profundamente o que sustenta a respiração em um corpo debilitado: a musculatura respiratória.

Por que isso importa?

Pacientes intubados, especialmente os de longa permanência, apresentam risco elevado de desenvolver fraqueza muscular respiratória — tanto pela inatividade quanto pelo próprio uso da ventilação mecânica. A fraqueza diafragmática, por exemplo, pode impedir o sucesso no desmame ventilatório e prolongar a dependência de suporte invasivo. Avaliar essa força, portanto, é parte essencial da tomada de decisão clínica.

Mas como avaliar a força respiratória em um paciente sedado ou pouco responsivo?

Embora a avaliação ideal ocorra com o paciente acordado, existem estratégias clínicas e instrumentais que podemos usar mesmo em condições limitadas. Vamos a elas:

1. Avaliação Clínica Direta (quando possível):

  • Pressão Inspiratória Máxima (PIM ou PImax): é uma das medidas mais utilizadas. Quando o paciente está consciente e colaborativo, utiliza-se um manovacuômetro conectado à via aérea artificial para medir a força inspiratória. Valores abaixo de -30 cmH₂O sugerem fraqueza inspiratória significativa.

  • Pressão Expiratória Máxima (PEmax): menos comum na prática da UTI, mas também importante para avaliar a capacidade de tossir.

Dica prática: Utilize protocolos padronizados para medir PIM e PEmax no momento de maior vigília do paciente. Evite medições em sedação profunda ou em períodos de fadiga.

2. Sinais Clínicos Indiretos (pacientes não colaborativos):

  • Movimento paradoxal abdominal: durante a inspiração, se o abdômen recua em vez de expandir, há indícios de disfunção diafragmática.
  • Uso excessivo da musculatura acessória: esternocleidomastoideo, escalenos e retração intercostal são sinais de sobrecarga respiratória.
  • Capacidade de realizar esforço inspiratório durante pausas na VM: em modo espontâneo ou SBT (teste de respiração espontânea), a ausência de drive inspiratório ou o padrão de respiração ineficiente indica fraqueza.

3. Avaliação Instrumental Avançada:

  • Ultrassonografia do diafragma: cada vez mais usada nas UTIs. Avalia espessura e mobilidade diafragmática em tempo real, podendo prever sucesso no desmame.
  • Dica de ouro: Uma excursão diafragmática inferior a 10 mm ou um espessamento menor que 20% durante a inspiração profunda sugere disfunção.

  • Medida de Pressão Transdiafragmática (Pdi): ainda pouco utilizada no Brasil devido à complexidade, mas é o padrão-ouro em pesquisa clínica.

E o que fazer com essas informações?

A partir da avaliação, o fisioterapeuta pode propor intervenções personalizadas:

  • Treino muscular inspiratório com cargas graduais (threshold, válvulas, resistores).
  • Recondicionamento gradual com modos ventilatórios mais espontâneos.
  • Mobilização precoce e reabilitação funcional para reduzir tempo de VM e internação.

Vamos Concluir?

Avaliar a força muscular respiratória em pacientes intubados é muito mais do que seguir protocolo. É olhar para o corpo como um todo, entender a interação entre sedação, inatividade, suporte ventilatório e prognóstico funcional.

O fisioterapeuta que domina essas ferramentas e interpreta os sinais com precisão contribui ativamente para a redução do tempo de intubação, menor taxa de traqueostomias e recuperação mais eficiente do paciente crítico.

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